quinta-feira, janeiro 31, 2008

A Decadência do Jornalismo de Entretenimento

Acabei de assistir ao 15º Videocast Cinema em Cena, em que Pablo Villaça comenta o tipo de abordagem da impresa de entretenimento, e mais especificamente, a forma como os meios de comunicação noticiaram a morte do ator Heath Ledger.

De tudo que Villaça comentou, infelizmente sou obrigado a concordar: a imprensa de entretenimento de fato divulga notícias vazias e pouco relevantes; e pior, em casos de informações tão chocantes como a morte de Ledger, o mesmo vício e desrespeito ao consumidor/receptor permanece, quando vemos notícias maldosas e sensacionalistas serem divulgadas sem nenhum embasamento.

Assista ao Vídeocast:


Fonte: Blog Diário de Bordo, Cinema em Cena

No post "Heath Ledger" comentei que sempre me impressiono quando um ator ou artista morrer de overdose ou suicídio, e logo em seguida, questiono-me o porquê de ainda ficar sob tal choque. Nos comentários (que foram muitos, mais que o habitual), um dos visitantes do Ponto-de-Vista cometou que não deveríamos agir com tamanha generalização ao afirmar que isso ocorre "com artistas" (como se fosse apenas com a classe).

Confesso que a princípio discordei, mas analisando o que há de implícito em meu discurso, vejo que realmente me expressei de tal forma. E analisando mais profundamente o que diz Pablo Villaça em seu Vídeocast, percebo que meu discurso foi quase tão precipitado e infundado quanto os que encontramos nas típicas "revistas de fofocas".

Por que ligar diretamente a morte de Ledger com casos como vício e suicídio se nem mesmo sabia das causas. Posso não ter afirmado diretamente, mas entre na "onda" de tais "informações" e ainda as divulguei através do blog.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Quero Assistir Cloverfield - Monstro

Algumas pessoas vão até estranhar. "Por que Caio (para outros, Rafael) estaria tão empolgado em assistir a um filme de monstro?!"

Certo que minha fase de fanatismo por filmes de monstro se foi a muito tempo, mas são outras questões que me trazem certa expectativa. Posso dar duas respostas muito simples: "J.J. Abrams" e "estética a favor da estória". No trailer abaixo, é possível ter uma noção do que se trata o filme, pode-se perceber o clima de terror e verossimilhança imprimido nas cenas, além de uma fotografia aparentemente impressionante fundamentada na documentação amadora dos protagonistas, através de uma dessas modernas câmeras digitais populares.

Mas não foi o trailer que me trouxe fortes expectativas (e os cartazes a confirmam, como este acima), e sim uma cena que assisti sem querer em determinado dia e em um site desconhecido, quando nem mesmo sabia da existência dessa produção. A cena mostrava uma típica festa adolescente interrompida sob um clima de dúvida e incertesa terrível a respeito do que acontecia nas ruas de Nova York. Somos levados por uma câmera insistentemente inquieta, que instiga uma ansiedade ao mesmo tempo que cansa a visão do telespectador, me lembrando imediatamente a fotografia marcante do filme francês "Irreversível".

Assitam ao trailer:


segunda-feira, janeiro 28, 2008

Definitivamente

Foi pensando em um dia estudar cinema que decidi fazer graduação em Rádio e TV, e experimentar o teatro. Achei que fosse uma boa forma de adquirir conhecimentos que pudessem me preparar teóricamente para que um dia, quando tivesse a oportunidade, estudar a arte cinematógrafica, e quem sabe, até produzi-la.

Hoje, contudo, percebo - na verdade, tenho a certeza - que, apesar de eu ter uma afinidade grande com as várias áreas da comunicação, o cinema e o teatro são as minhas verdadeiras paixões, e nelas que pretendendo ganhar a vida, por mais difícil que seja depender dessas profissões em um país como o Brasil. Chega de tentar ser jornalista, tenho que me assumir como documentarista. Chega de tentar fazer parte de uma mídia de entretenimento, tenho que fazer arte. Chega de me contentar em apenas interpretar informações frias de noticiários jornalísticos, o bom mesmo é compor um personagem.

A Comunicação, em boa parte de seus setores, trabalha dentro de certa frieza que não condiz com a forma como desejo ultiliza-la. Prefiro comunicar criando e criar comunicando.

Definitivamente, quero ser um artista!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Heath Ledger

Confesso que fiquei estranhamente chocado com a morte de Heath Ledger. O ator era jovem, talento promissor, carismático, bem sucedido e o mais importante de tudo, um artista que fazia boas escolhas.

A morte ainda é misteriosa e as suspeitas estão entre abuso de drogas ou suicídio. Mas por que um ator talentoso e bem sucedido, respeitado pelo público e elogiado pela crítica, mesmo em papéis arriscados como o de um "cowboy gay", cometeria suicídio?

Pode parecer ingenuidade da minha parte. Atores de Hollywood costumam se perder no próprio caminho e sucumbir nas drogas, mas Ledger era o modelo de ator em que todos esperavam uma carreira sólida e bem sucedida. Em Hollywood existem grandes contradições, e me parece que na maioria dos casos, uma carreira sólida é algo incompátivel com um vida saudável, principalmente pra um jovem. Ainda me surpreendo quando vejo Lindsey Lohan protagonizando noticiários escandalosos, porque me parece algo totalmente contrastante com o talento da atriz/cantora (que nesse caso, não chega perto de ser tão bem explorado quanto foi o de Ledger). Por que ainda me surpreendo em descobrir que determinado ator ou atriz é viciado(a), depressivo(a), ou se suicidou?

Talvez o choque seja mesmo pelo talento perdido prematuramente. O pior é que já consigo imaginar algum produtor em algum lugar de Hollywood pulando de alegria pelo sucesso garantido que terá The Dark Knight após a morte de Heath Ledger.

Minha imagem de Hollywood cada dia piora mais!

Homenagem à Lost: O Acidente Aéreo

Faltam apenas 9 dias para a estréia da 4ª temporada de Lost. Como todo e qualquer fã da série, estou contando os dias e me contendo para não ler spoilers.

No vídeo abaixo, mais uma homenagem a série, que mostra de forma sincronizada, o acidente aéreo que dá início a estória. No decorrer das temporadas, esse, que é o maior evento da série, foi explorado de diversas forma afim de nos mostrar as várias perspectivas e consequências do traumático acidente na vida das personagens.

Vai aí, uma edição muito bem feita por um desses fãs malucos de Lost que encontramos pela internet.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Quem Assistiu Sinais?

Na última quarta-feira fiz um programa não muito comum: assisti a um filme pela tv aberta, com direito a dublagens constrangedoras, intervalos inconvenientes e cortes imperdoáveis. Desde quando assumi uma rotina relativamente pesado, meio que me sinto na obrigação de ligar a tv e relaxar. O resultado! Assisti nos últimos meses a uns 4 ou 5 filmes em tv aberta, e já me sinto preso nas tramas da "novela das oito".

No entanto, o último filme que assisti não só digo que sofreu todas as alterações que acabei de comentar, mas que mesmo nessa circunstância, foi uma experiência bem interessante. Quem assistiu a Sinais?

O filme dirigido por M. Night Shyamalan, como todos do mesmo diretor, possui um suspense quase insuportável e lembro que a primeira vez que o assisti não pude descançar ou sentir-me confortável um só momento na poltrona do cinema. Nada contra as poltronas do cinema, o motivo mesmo de meu incômodo era de fato o filme. Shyamalan consegue manter um clima de suspense constante que mais tem a ver com o rítmo empregado durante todo o longa do que com uma cena isolademente que ele trabalhe. Desde a primeira sequência, somos atentados de que algo ruím está para acontecer, e mesmo que o longa dedique bom tempo no desenvolvimento das personagens, algo que em geral é ótimo, fica suspensa no ar uma sensação temerosa pelo destino destes.

Em Sinais (2002, EUA), somos apresentados a estória de Grahan Hess (Mel Gibson), um ex-padre que perdeu a fé após sua mulher ter morrido atropelada por um carro. Vivendo em uma fazenda em uma pequena cidade junto com os dois filhos e o irmão caçula, Granhan e sua família são surpreendidos com o surgimento de enormes sinais nas plantações, que eles descobrem ter aparecido também em várias partes do mundo, sugerindo uma intervenção alienígena na Terra. Enquanto Grahan procura entender a situação, tenta proteger a família e lidar com a perda de sua fé.

E em si tratando do elemento ameaçador da estória, M. Night Shyamalan desenvolve-o de forma eficiente, mostrando pequenos sinais de que uma suposta invasão alienígena está para acontecer. E se o termo usado (invasão alienígena) parece bobo, o mesmo não acontece no tratamento dado aos fatos acorridos no filme. Das grandes marcas nas plantações e atitudes agressivas dos animais, aos relatos misteriosos da presença de pessoas estranhas em uma pacata cidade, temos um ambientação mórbida sendo construída durante a primeira hora do longa. Vale ressaltar que mesmo com um rítmo lento e cenas silenciosas, algo que diferencia Sinais dos outros filmes do gênero, o filme não perde o equilíbrio e a tensão, e muito menos deixa o telespectador dispersar.

Na cena, em específico, em que Grahan Hess olha pela janela do quarto da filha uma criatura em cima do telhado de sua casa durante a noite, logo nossa primeira intuíção de que seja uma criatura alienígena é desfeita quando os personagens deduzem de imediato que seja uma brincadeira de mal gosto dos jovens vizinhos. E essa dúvida entre o caráter alienígena ou não dos fatos sustenta boa parte do suspense, além de tornar mais convincente o conflito existente de Grahan quanto a sua fé.

E tornando mais a estória em uma experiência mais dolorosa, ainda temos que suportar a fragilidades da família de Grahan, que após ter perdido a esposa, ele e sua família vivem num constante ambiente melancólico e apático, muito bem representado pelos enquadramentos, assim como pelas atuações e expressões dos atores. E se uma invasão alienígena muito bem relatada é algo que cria um forte suspense, quando assistimos isso pelos olhos de uma frágil e sensível família liderada por um ex-padre magoado e em conflito com a própria fé, nós, enquanto telespectadores, ficamos vulneráveis e sem um elemento de alívio para nos agarramos. Talvez o único alívio que exista seja o cômico, pois Shyamalan consegue tirar alguns momentos engraçados da própria manifestação de medo das personagens.


Quanto ao suspense, Sinais não falha e vai longe até na trilha sonora. No entanto, o filme, que mostra uma invasão alienígena pelo olhar de uma família em pesar, foi bastante criticado em suas conclusões. Depois que Grahan perdeu sua mulher em um acidente de carro, ele abandona a própria fé; vemos então, em boa parte do filme, argumentos que se opõem ao dogmatismo, e a própria existencia alienígena é algo que, quando comprovada, por si só desfaz os argumentos religiosos. Da mesma forma, a suspeita de que esteja ocorrendo uma invasão alienígena fundamenta mais ainda o ceticísmo de Grahan e nos faz pensar, enquanto telespectadores, se realmente pode existir um deus em circuntâncias contrárias àquilo que nossa religião diz. Tornando a questão um pouco mais complexa, o personagem irmão de Grahan, Merrill Hess (Joaquin Phoenix), afirma em determinado momento que tudo aquilo que ocorre possa, na verdade, ser um milagre e que a diferença dos que tem fé e os que não tem está na forma como a situação é encarada.

Enquanto o filme não nos dá respostas e trabalha o suspense da família em meio a essas questões está tudo muito bom, mas a conclusão escolhida por Shyamalan, que é o próprio roteirista de Sinais, é um tanto covarde e instaura certo alívio onde se poderia encerrar com algo que refletisse o sentido da atitude de se ter fé. Após um suspense incrível na cena que se passa no porão da casa, ficamos sabendo que simplesmente os alienígenas foram embora, pois descobriu-se que a água era uma substância nociva às criaturas. Não sou contra anti-clímax, mas nesse caso concordo com as críticas de que faltou uma exploração maior das criaturas na estória para que elas não parecessem meros motivos para cenas de suspense, e se assim fosse feito, haveriam momentos de maior catarse que refletiriam as questões dogmatismo/ceticismo.

Mas o alívio da conclusão fica mesmo por conta da sugestão (ou mesmo afirmação) de que tudo aquilo foi uma espécie de plano, de milagre, que nada é por acaso; até uma invasão alienígena! E isso é feito como forma de comprovar ao telespectador a existência divina. Mas me digam, se a fé é algo que se sente independentemente da comprovação, ter que ao final do filme mostrar que tudo é um milagre não me parece uma mensagem de fé, pois... a fé vive sem comprovação. Pelo ao menos assim penso.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

O Que Vem Por Ai...

Considero o ano de 2007 fraco cinematograficamente. Ainda é cedo para fazer uma análise mais justa, pois a melhor temporada de lançamentos do ano é entre dezembro e março. Poucas produções me agradaram ou foram interessantes, mas isso é muito relativo. O cinema brasileiro, por exemplo, saiu-se muito bem, e produções como Saneamento Básico, Tropa de Elite e Batismo de Sangue marcaram e enfatizaram uma das características mais marcantes do cinema nacional: a diversidade, tanto em estilos quanto em estéticas.

Desde quando me tornei um viciado em cinema - quando tinha uns 13 anos e esperava ansiosamente pelo lançamento de Jurassic Park 3 (Bons tempos!) - parte do meu facínio era pesquisar sobre as produções em andamento, descobrir quem estava sendo escalado como diretor, ator e assistir aos trailers em primeiríssima mão. Isso me rendia uma espectativa louca pelas estréias e, consequentemente, um envolvimento maior com o filme e a estória ao assistir-lo. Apesar de não dedicar mais tanto tempo ao hobbie, esperar ansiosamente pelos Blockbusters e ao mesmo tempo, ficar surpreso com os repentinos lançamentos dos quase sempre ótimos filmes independentes, ainda é a melhor equação de apreciação da 7ª arte. Voltando ao bom e velho hábito de pesquisar as produções em andamentos, pude ter uma visão do que vem por ai em 2008, e estou um tanto ótimista e empolgado. Coisas bem interessantes estão sendo produzidas.



Para 2008:

Cloverfield - Monstro: Uma produção de J. J. Abrams que surpreende e impacta só pelo trailer. O filme narra com imprecionante realismo a invasão de uma criatura gigantesca à Nova York enquanto alguns jovens fazem uma festa num apartamento. O filme é todo narrado através da da câmera digital dos jovens. Tenho fortes expectativas para esse filme, e vendo o trailer, percebi certa inspiração no visual sombrio e perturbador de "Irreversível". É de deixar qualquer um curioso!

Caroline: Pra uma animação, e estória é aparentemente bem intensa - A família de Coraline se muda para uma casa enorme, com várias portas. A última delas está sempre trancada, até que a garota consegue abri-la e se depara com outro apartamento. Mas os adultos de lá a querem como filha e tentam prendê-la.

Dragon Ball Z: Não fui fã do anime. Assisti impacientemente a pequenas partes, mas confesso que em linguagem cinematográfica, pode ser algo interessante, levando-se em conta o tamanho absurdo dos poderes dos personagens. A participação de Emmy Rossum já me agrada, mas a listagem do filme aqui é somente pela curiosidade. - A história do guerreiro Goku, que descobre ser um humanóide enviado à Terra para destruir a população, mas, em vez disso, escolhe protegê-la de um ataque alienígena que se aproxima.

James Bond 22: Esse sempre causa expectativa.

The Dark Knight: Essa nova série do Batman é excelente. Não lembra em nada a cafonice decalcada dos quadrinhos que vimos na série anterior. O melhor de tudo é esperar para ver o sinistro Coringa de Heath Ledger.

Jogos do Poder: Cinebiografia do ex-congressista americano Charlie Wilson, que, nos anos 1980, foi alvo de um escândalo após ser encontrado cheirando cocaína numa banheira com duas dançarinas, em Las Vegas - Filme de Mike Nichols, com Tom Hanks, Julia Roberts e Philip Seymour Hoffman. Com certeza, algo tão bom quanto Closer-Perto Demais.

4ª Temporada de Lost: Ok! Lost não é filme, mas não poderia estar mais empolgado pra ver a 4ª temporada da série, que tem início dia 31 de janeiro.


Para os ano seguintes:

O Hobbit: Com apenas a produção executiva de Peter Jackson, os dois filmes ainda não possuem diretor, mas a MGM tem pretenções tão grandes quanto a New Line em recriar a magnitude de O Senhor dos Aneis no prólogo da trilogia. Torço para que Afonso Cuarón assuma a produção!

O Poderoso Chefão 4: Vai sair do papel. Finalmente!

X-Men Origins - Wolverine: Em 2009, a estória de Wolverine vai complementar a trilogia que, pra mim, é a melhor baseada em quadrinhos.


Esses são apenas alguns dos filmes. Em breve, voltarei a falar do que está sendo produzido.