sábado, junho 30, 2007

Esquilo Dramático

Cuidado! Cena chocante e de grande impacto.

Encontrei este vídeo no blog do crítico de cinema que costumo ler, e não podia deixar de postar.

Ao que percebi, o vídeo tá fazendo grande sucesso na internet. São apenas 3 segundos, o suficiente para fazer qualquer pessoa rir.

quinta-feira, junho 28, 2007

Lost (S03E22 e 23) - O Resgate

"Through the Looking Glass", o último episódio da 3ª temporada de Lost, traz os momentos mais tensos e emocionates da série, e pra quem assiste ou tem uma breve noção da estória, essa foto acima tem um grande significado, maior ainda para as personagens. Surprendente em sua narrativa (uma nova), esse último episódio consegue prender o telespectador e faze-lo se entregar para os eventos, de tal forma que ao assisti-lo, durante a maior parte do capítulo, não possuímos a mínima noção da narrativa ou da estória que está sendo contada, mesmo quando a inteligência e a criatividade dos roteiristas são características mais do que conhecidas por todos.

Dando início a partir de mais uma cena com um Jack problemático ainda fora da ilha (mas dessa vez tentando contra a própria vida), o episódio nos apresenta à flashes com um Doutor deprimido, viciado em remédios e alcólatra. Sem sequer nos explicar o porquê de todos os seus problemas, os roteiristas confiam na capacidade associativa de seus telespectadores, e o mais incrível, eles acertam (Normal! Eles nunca duvidam de nossa capacidade). Nesse episódio, enquanto vemos as consequências do sacrifício de Charlie, presenciamos a luta dos outros sobreviventes em busca do resgate, porém, isso tudo é feito de forma decidida e desesperadora por cada um dos personagens; uma luta constante pela fuga da ilha que vai de encontro aos misteriosos (e agora, urgentes) objetivos dos Outros.



Mantendo um clima tenso e castigante, o clímax das tramas reside em momentos delicados e sustosos, onde os personagens se encontram entre o resgate e a tragédia, deixando o telespectador em um estado desconcertantemente nervoso. Com poucas revelações mas muitas decisões e atitudes dos protagonistas, sobretudo das do Jack, temos a chance de presenciar o desfecho ou o clímax de conflitos desenvolvidos a muito, a exemplo, a cena em que Jack confronta o espetacula e odiável vilão Benjamin Linus, decidindo na força um embate sempre marcado por manipulações, mentiras e pela inteligência de seu rival. Mesmo Ben sendo um mentiroso e o mais manipulador dos vilões que já pude assistir (Diferente do habitual, já que o ator Michael Emerson é espantosamente realista e intenso em sua interpretação), acredito que aquilo que o personagem pensa sobre a ameaça que o resgate pode trazer a sobrevivêcia de todos os personagens que ainda estão na ilha, seja verdade; e vale resaltar que o ator tem esse poder e competência, mesmo após termos a plena certeza da capacidade de manipulação do personagem. Ainda sobre o embate, vemos o momento de maior pressão sobre Jack, que possui a vida de três personagens nas mãos, como resultado da chantagem de Ben para que ninguém seja resgatado.

Esse é outro ponto marcante em "Through the Looking Glass". Nunca em um só episódio tantos personagens morreram, provando a capacidade dos roteiristas de elevarem a série a um clímax, mesmo esta estando em seu meado. Há a primeira morte de um personagem de grande importância interpretado por um dos atores do elenco principal, algo ousado em si tratando de um série que faz de seus atores, ídolos. De uma beleza e sensibilidade incrível, a cena da tal morte acompanha detalhadamente o olhar do personagem enquanto este tem a certeza de que sua hora de morrer havia chegado, vislumbando cada momento até o último, nos dando a possibilidade de experimentar o sentimento fúnebre e a angustia do personagem ao mesmo tempo que este toma uma atitude inteligente e brava em prol do resgate.

Como de praxe nos season finales de Lost, as mudanças inevitáveis e sempre coerentes nos personagens tornam o Sawier numa figura fria após ter concluído sua vingança e Locke em um indivíduo mais misterioso do que fora na 1ª temporada. Quanto as outras mudanças, ficam em abertas, dando apenas a possibilidade de abrirmos conjecturas a cerca da reações dos personagens frente aos grandes fatos deste episódio.


Quando já não entendemos mais o que os flashes do Jack querem dizer, somos surpreendidos por uma das maiores revelações, fazendo-nos sentir totalmente desnorteados frente ao que vimos nos flashes. Tudo o que vimos é modificado e passa a ser entendido sobre um novo aspecto, além de nos revelar o que pode vir após a última cena passada na ilha do episódio, mais exatamente, a cena da 1ª foto deste post.

Para os que querem saber a revelação, selecione a parte escura logo abaixo:

(Spoilers) -Ao vermos Jack encontrar-se com Kate em seu flashback (não ocasionalmente, como já ocorreu diversas vezes), descobrimos que a estrutura trata-se na verdade de um flash forward, portanto vemos o futuro e não o passado como de costume, revelando-nos que os personagens vão em algum instante sair da ilha e os conflitos e problemáticas deles serão, agora, relacionados ao "não estar" na ilha, considerada em vários momentos da série como um suposto paraíso, já que nela cada um possuía uma nova chance de uma vida digna. Quanto ao Jack, descobrimos que seus problemas, na verdade, são resultado de uma obcessão em voltar à ilha, mesmo após toda sua luta para sair de lá e também à idéia de que a ilha é o lugar onde eles deveriam estar. A cena acaba com um pertubado Jack grintando que eles deveriam voltar, enquanto Kate, no seu habitual egoismo, dá as costas. Os roteirista trazem essa grande revelação a tona sem um furo no roteiro; um trabalho espetacular, sendo que por um bom tempo, eles nos fizeram acreditar que aqueilo se tratava de um passado.(Spoilers)











Agora, só em fevereiro de 2008! Uma angustiante espera!

terça-feira, junho 26, 2007

A 3ª Temporada de Lost

Já faz mais de mês que o último episódeo de Lost foi exibido pela ABC, na qual eu acompanho. Nesse meio tempo, posts e mais posts me pareceram prioridade enquanto eu esperava pra assistir mais uma vez o episódeo antes de comentar. Então aqui estou, tardiamente comentando a 3ª temporada de Lost, e no post seguinte me dedicarei a falar sobre Through the Looking Glass, o último episódio da temporada.


3ª Temporada - Um Ciclo se Fecha

Quando a 1ª temporada de Lost se encerrou, vimos um momento de transição e de aprofundamento de todos os mistérios da ilha até então. A prova disso é que todo aquele período em que éramos apresentados a vários mistérios sem obter uma revelação sequer, se encerra quando a escotilha é aberta, respondendo várias das dúvidas e entrando numa nova fase em que as informações são liberadas, mas sempre acompanhadas de novas e intrigantes dúvidas. Outro ponto que marca essa transição é que enquanto na 1º temporada temos uma visão sobrenatural e dogmática dos eventos e coisas, na segunda passamos a entender tudo de forma mais científica enquanto os personagens se veêm confusos entre a crença e a descrença, no caso, o conflito foi protagonizado por Locke e Jack.

Quanto ao término da 2ª temporada, diferentemente da 1ª, não vemos uma expanção da mitologia já criada até aquele momento, mas sim um fechamento de quase todas as tramas criadas no início daquela mesma temporada. Nenhuma nova escotilha de possibilidades foi aberta, mas ao invés disso, temos a primeira imagem fora da ilha sem ser em um flashback.

Pois bem! A 3ª temporada começa pela icônica cena em que uma nova e importante personagem presencia a chocante queda do vôo 815 numa sequência impressionante. Além disso, a temporada continua a desenvolver as mesmas tramas da 1ª e às que sobraram da 2ª temporada.

Com um início lento e pouco revelador (e por isso falho), o foco esteve mais no que ocorria com Jack, Kate e Sawier enquanto prisioneiros dos Outros. Em contrapartida, toda essa lentidão foi fortemente motivada pelo desenvolvimento das personagens, que se encontravam em situações novas ou transitórias. Após sete episódios sem explicações, todos nós fomos surpreendidos pelo incrível episódio "Flash Before Your Eyes", que nos apresentou a uma nova e misteriosa narrativa (Isso mesmo! Nem mesmo sabemos ainda que narrativa foi aquela). Se presenciamos o passado no flashback de Desmond, ou se foi uma outra versão do passado modificado ou apensa uma alucinação presenciada por nós dentro dos flashs do personagem, ninguém sabe até agora. Contudo, o bom rítmo da série só retorna mesmo a partir do 11º episódio, com direito a revelações e uma continuidade das tramas entre os episódios, levando-nos a um final de temporada onde quase todos os conflitos criados desde o início da série são solucionados, marcando o final de uma etapa de Lost e o início de outra, na qual os personagens serão explorados, acredito eu, a partir de seus futuros, ou seja, em flashforwards.

Uma temporada instável e um pouco confusa, mas isso chega a ser algo compreensível quando lembramos que a 3ª temporada se trata dos Outros, um grupo tão complexo e ambíguo, povoado por personagens facinantes e traiçoeiros, em um complicado contexto de empatia e conflito máximo com os sobreviventes.

A seguir, sobre o último episódio.

sábado, junho 23, 2007

Parar ou continuar?

Há uma semana atrás, postar aqui no blog era uma das coisas mais prazerosas que eu fazia, se expressar realmente é algo libertador. Porém, hoje já não tenho o mesmo ânimo (coragem, vontade, estímulo) e isso é uma situação chata demais porque eu quero continuar e sei como era bacana e empolgante fazer isso. De quantos objetivos desistimos de forma consciente ou até inconscientemente?


Ser pesistente é algo realmente difícil. Sou meio averso à idéia de "desistir de algo", parece que você perdeu tempo, que você é fraco e sem perseverança, por isso faço o máximo para não desistir de nada, tentando somente tomar tal atitude quando ela for a melhor opção ou a mais conveniente.


No entanto, no dia-a-dia tomamos várias escolhas, nos envolvemos com muitas coisas e geralmente tudo isso ocorre em meio a muita empolgação; o tempo passa, e a empolgação também (Não que isso aconteça sempre). Aí reside uma dúvida: a tal falta de empolgação é um sinal de que devemos desistir ou é um sinal temporário da falta de auto-estímulo naquilo que fazemos? Quando um projeto esfria, uma idéia perde o sentido ou aquilo que movimentava os ânimo não movimenta mais nada, seria isso culpa nossa ou algo natural? Aonde uma pessoa vai chegar assim?


Não teminar o que começei me incomoda mais que não saber onde é o término, então acho que vou continuar sendo persistente mesmo! E esse post já é o sinal disso, afinal, já sinto um pouco de ânimo falando sobre a falta dele.


Vou postar sobre Lost, já era hora e talvez me anime mais.

sexta-feira, junho 22, 2007

Festival Guarnicê de Cinema - 6º Dia

O 6º e último dia de exibição dos filmes competidores do festival foi o melhor. Nem um dos filmes exibidos que pude assitir deixaram a desejar, mas claro, digo isso dentro daquilo que consegui ver, já que não estive presente o dia inteiro no festival. Assisti a 6 filmes e 1 longa metragem, e só cheguei tarde mesmo porque estava fazendo figuração do novo curta de Francisco Colombo, ao qual ele havia me convidado para olhar a fase de produção do filme. Foi bem interessante, e no pouco tempo que participei, deu pra ter uma noção do que é um set de filmagem. Já o mais lamentável do último dia, foi a não exibição do filme "Ódio" de Breno Ferreira, que fora tão falado.

Quanto aos filmes que assisti, segue a lista abaixo:

Cão Sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca (longa-metragem)
-Quando comecei a assistir já haviam se passado 15 minutos, mas tudo que vi a seguir foi até claro pra mim. Depois, ao discutir com amigos sobre o longa, vi que minha visão estava completamente distorcida. O foco do confilto das personagens era outro, e não fui nem capaz de perceber uma série de coisas, que caso eu tivesse assistido os 15 minutos iniciais, teria compreendido. Pegar filmes do meio? Nunca mais!

Piruetas, de Haroldo Borges
-Esse foi o filme que mais me agradou no festival inteiro, ao lado do curta de animação "Vida Maria". Narrando a estória de um garoto e seu avô que têm suas vidas transformadas com a chegada de um circo e consequentemente de uma paixão para o segundo, "Piruetas" nos dá a possibilidade de desvendar as intenções e o subtexto tão elaborado das personagens, sem que necessitemos de falas óbvias e lugares-comuns, tudo através de cenas muito bem dirigidas e atuações excelentes, principalmente por parte do ator-mirim, que dá um show de carisma. O avô do garoto, apaixonado e rejuvenescido pela malabarista do circo, entristece ao saber que o picadeiro vai embora, restando ao curioso e engenhoso garoto ajudar o avô. Poucas falas e nenhum melodrama, é nos olhares e em cenas poucos incinuosas que desvendamos aqueles personagens, sem que o público sofra da tão comum subestimação por parte do diretor e cia. Simples, porém inteligente, possui a melhor direção dos filmes que pude assistir no festival.


Outros Filmes

-Identidade em Trânsito, de Daniele Ellery e Márcio Câmara
-Eisenstein, de Leonardo Lacca, Raul Luna e Tião
-Primeiro movimento, de Érica Valle
-O Evangélho Segundo Seu João, de Eduardo Souza Lima, João Moraes e Leornado Gomes


Considerações Quanto ao Festival

Não podia dizer outra coisa senão "excelente". Ouvi vários profissionais passarem pelo festival dizendo considerar um dos mais importantes do país. Eu acredito. Não participei de outros anteriores, por isso não posso fazer comparações, mas por si só julgo que me acrescentou e muito. Que venha o próximo!

domingo, junho 17, 2007

Alguns Comentários

Atualizei os dois últimos posts que eu já havia publicado, comentando alguns dos filmes assitidos no Festival. E como a quantidade era grande, fiz uma lista dos que assisti e não pude comentar.

Problemas de Espaçamento

Meu Blog anda com alguns problemas de espaçamento que eu não consigo resolver. Pontanto, se vocês perceberem alguma diferença de espaçamento de linhas entre alguns parágrafos, me descupem, mas o blog tá doidão. Já tentei resolver e não consegui.

O mais impressionante é que esse problema só acontece quando eu tento postar nos domingos! Oo

Já sei o que fazer!

Festival Guarnicê de Cinema - 4º e 5º Dia

Nestes dois dias me superei. Assisti 18 curtas-metragens e um longa. Além dos filmes, estive bastante presente no curso de Produção de Audio e Vídeo, e confesso que fiquei bastante empolgado com essa coisa de escrever um roteiro e produzir um vídeo. Eu devia realmente ter participado dos outros festivais que passaram.

O curso ministrado pela produtora Clélia Bessa rendeu muitas dicas, como formatação de formulários e projetos, e até alguns contatos interessantes que podem ajudar em produções de audio e vídeo, fora que fiquei sabendo que é possível conseguir equipamentos e materiais de graça através da CTAV. Agora só resta criar.












Choque de Linguagem

Em um dos posts anteriores, eu disse que me aventuraria em outros cinemas. Acho que comecei por um bom terreno, o dos curtas. Pequenos e descomprometidos comercialmente, os curtas-metragens servem como experimentos, uma forma de expressão mais livre dos artistas e comunicadores, e até mesmo como um exercício de linguagem.

Alguns filmes que assisti foram verdadeiros choques de linguagem. Possuíam uma narrativa nada convencional e seus significados não estavam nem um pouco aliados às interpretações mais lógicas que constumamos ter em filmes mais comerciais (Isso não é uma regra). Surrealismo, simbolismo, expressionismo; formas mais vanguardistas de expressão acabam sendo alternativas mais criativas de contar uma estória ou tratar de algo, sendo as vezes, até as mais eficazes para determinados assuntos. Uma coisa é certa, sempre fica uma sede de reflexão e entendimento desses filmes que parecem tão complexos.

Filmes Assistidos

- Wood & Stock - Sexo, Drogas e Rock'n'roll (Longa-metragem), de Otto Guerra

-[(OPUS.(NÔUMENO)], de Felipe Moura

-O Eixo do Homem, de Marcius Barbiere

-Borralho, de Artuno Sabóia

-O Brilho dos Meus Olhos, de Allan Ribeiro

-Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, de Thomas Farkas e Ricardo Dias

-"Yansan", de Carlos Eduardo Nogueira

-Sol de Amém, de Ives Albuquerque

-Adro da Candelária, de Alexandre Guerreiro

-Balada do Vampiro, de Estevan Silveira

-Juro que Vi: Matinta perera, de Humberto Avelar

-Cabaceiras, de Ana Bárbara Ramos

-"Memórias Sentimentais de um Editor de Passos", de Daniel Turini

-O Crime da Ulen, de Murilo Santos

-Redenção, de João Paulo Furtado

-Trash in Rio, de Luis Fernando Reis

-Lady Christiny, de Alexandre Lino

-Olhar da Violência, de Márcio Moreira

-Remando Contra a Maré do Atrazo, de Leonício Aires da Silva

sexta-feira, junho 15, 2007

Festival Guarnicê de Cinema - 2º e 3º Dia

O melhor e o pior de um Festival é o fato de ter milhares de coisas que você poderia fazer e desfrutar. Como um só, tenho que escolher o que julgo mais interessante. O problema é que tudo é muito interessante no Guarnicê; e se já estou inteiramente envolvido no festival nas tardes dessa semana, gostaria de ser dois para participar dos eventos que acontecem paralelamente.

Gostaria de ter assistido a mais filmes, só não o fiz porque pela tarde, das 2 às 5, estive presente no curso de Produção de Audio e Vídeo, também pelo festival, que aliás, tem sido muito exclarecedor quanto às estruturas do cinema em grande escala. Assisti nos dois últimos dias 15 curtas metragens, mais vários comerciais de televisão e vídeo clips que competiram no festival. Vou citar e comentar alguns dos curtas-metragem.

Filmes Assistidos

Origem dos Nomes
-O filme narra o mito dos kayapó-Xikrin, mostrando o ritual da tribo indígena. Talvez o maior erro do filme seja o fato dele não apresentar ao público em geral o próprio mito, que se torna na tela algo incompreensível. Outro ponto negativo, são as interpretações dos atores em estilo teatral, totalmente inapropriadas para o cinema.

Era uma Vez...
-Tudo começa numa noite, com uma jovem fantasiada de fada em um ponto de ônibus. Ao embarcar, ela senta ao lado de um senhor, um ladrão. O que se segue, são surpresas agradáveis e interessantes a cerca das personagens. Contradições nos comportamentos, decorrentes do estado emocional deles, tornam-se o vetor do curta. Um ótimo filme que transforma os personagens em figuras complexas e ambíguas em pouco tempo.

Vida Maria
-Um curta surpreendente. Vida Maria dedica-se a contar o ciclo da mulher do interior nordestino do Brasil, onde a ignorância é o principal motivo da mizéria da vida daquelas pessoas. O curta começa com uma pequena "Maria" tentando escrever o próprio nome num caderno velho, e logo é interropida pela mãe, que manda a criança lavar roupas. Daí vemos toda a vida da pequena "Maria" em um incrível plano sequencia (o primeiro que vi em uma animação) em que a personagem cresce, casa-se, tem filhos e no fim reprime outra "Mariazinha" sua filha em planos idênticos ao inicial, só que agora com o corpo da mãe da protagonista em um caixão no meio da sala. Sem se preocupar em retratar as figuras humanas de forma realista, o curta torna mais expressiva ainda as marcas físicas da mizéria. O ambiente sertanejo é incrivelmente retratado e detalhes como as marcas de expressão no rosto das personagens e o balançar da câmera, como se houvesse um câmera-men andando (algo típico de plano-sequência), dão um brilho ao curta. Belo e cativante, o curta recebeu forte aplausos.

Leonel Pé-de-Vento
-Leonel é um garoto que nasceu pé-de-vento, ou seja, vive sempre cinco metros acima do chão. Por causa disso, Leonel viveu isolado até o dia em que é visto por uma garota. Impresionada, ela decide ajuda-lo, e descobre que se ele ficar inteiramente feliz, voltará ao chão. A garota resolve então se tornar amiga de Leonel, e isso foi o suficiente para deixa-lo feliz por completo. Esse curta de animação possui um estória simples e com um final previsível, mas é na sua metáfora que o filme surpreende, mostrando que assim como Leonel necessitou da aceitação da garota para se resolver em suas diferenças, a aceitação daqueles que são diferentes é fundamental para evitar o isolamento.

Outros Filmes

-Quando o Tempo Cair
-O Som da Luz do Trovão
-Graçanaã
-Espeto
-No Rastro do Camaleão
-Cine Zé Sozinho
-Sete Minutos
-Akomabu - A Cultura Não Deve Morrer
-Sexodrama
-Orquestra de Batuque
-"O Senhor da Floresta"------------------------------------------------------A Estória da Figueira

terça-feira, junho 12, 2007

Festival Guarnicê de Cinema

Ontem teve ínicio o 30º Festival Guarnicê de Cinema, no Centro de Criatividade Odilo Costa Filho. Como pretendo desta vez me envolver bastante com o festival, estive presente já na estréia e pretendo também estar por lá até o dia 17, pra descontar os festivais que perdi. Muitas oficinas, workshops, palestras e exibições, nem sei o quê fazer e em qual tempo, mas já pretendo ver alguns debates e vou me esforçar pra assistir a alguns filmes. Inscrevi-me em um Curso de Produção Audiovisual e no Workshop Múltiplas Faces de um Ator, dos vários que tinham por lá, mas vou mesmo me dedicar às exibições.

Repercutindo a Abertura

Cheguei meio atrazadão! Mas não o suficiente para perder a solenidade e muito menos o mais importante, os filmes. Quando entrei no Odylo Costa Filho, encontrei logo várias caras conhecidas e me juntei a alguns amigos. Ganhei até um mingual de milho. Uma "musiquinha" chata, tema do festival, ficava tocando insistentemente, mas insistentemente mesmo, não trocavam ela por nada. Então fiquei conversando qualquer coisa com o pessoal até a hora de entrar. A "musiquinha" tocava. Uns dois atores famosos de cinema já estavam por lá. A "musiquinha" tocava e enjoava.......... : /

Chegando a hora da Solenidade de Abertura, entrei muito tarde no teatro e não tinha mais onde sentar (Droga!). Aconteceu então a Solenidade, bem básica, nada que tirasse o brilho dos reais objetivos do Festival; acontecia o mesmo blá blá blá de cerimônia, mas sempre embalado pela "musiquinha", que eu não aguentava mais. Falando nela, já dava pra perceber que era alvo de comentários e murmúrios no evento; e a "musiquinha" parece mais a chata trilha sonora daquele jogo "The Sims". Encerrada a cerimônia, foi a vez da exibição do vídeo de animação do festival, que precede os vídeos. (Embalado por quem? ... Pela 'musiquinha'!)...... * [

Começou os filmes e me dei conta de que eu estava em pé...(Droga!). Na doida (O que não faço pra assistir a um filme) sentei no chão mais a frente, enquanto ficava uma multidão "chique" atrás em pé. Não demorou muito, estavam todos sentados no chão também. Passado um tempo, um pessoal de uma fila, duas mulheres e um homem, resolvem sair de lá. Elas passam tranquilamente por mim e ele se desequilibra, dando um forte pisão na minha perna. Era Norton Nascimento. Ele pede desculpas, eu aceito e o cara vai embora.

O que eu não faço pra assistir a um filme?!..... : p


Comentários do Filmes

Apesar do que disse acima, valeu a pena ter assistido, muito! Pude ver como o cinema maranhense, por incrível que pareça, tem suas preciosidades e cineastas realmente talentosos. Dos seis filmes exibidos, só um não me agradou mesmo. Vou fazer um curto comentário do que pude perceber de cada um.

Na Terra de Caburé, de Murilo Santos: É um ótimo documentário em curta, que faz um apanhado histórico dos conflitos entre os indíos Teneteharas e os missionários Capuchinhos da região de Barra do Corda. Traz uma visão ampla da história, dando enfoque aos dois lados do conflito. É eficiente em levar, em poucos minutos, uma noção completa da história para o público.

Jardins Suspensos, de Euclides Moreira: Dos curtas exibidos, foi este que mais me agradou. As imagens mostradas do Centro Histórico de São Luís são quase poéticas, sempre retratando nas poesias das legendas que entremeavam as imagens, um saudosismo que refletia o que aquelas construções foram, e como aquela natureza, hoje, toma conta de si própria. Depois do lado belo das imagens de verdadeiros jardins supensos em telhados coloniais, o documentário se propõe a denunciar o descaso com essas construções. Tudo muito bem pontuado por uma ótima trilha sonora.

Rosas, de Ione Coelho: É um bom filme. Apesar de despretencioso no roteiro, exibe planos interessantíssimos. A estória se revela de maneira prazerosa quando vemos uma viúva, que visitava seu finado marido, dando de cara com outra aparente viúva triste no túmulo do falecido.

Litânia da Velha, de Frederico Machado: Conta a estória da simpática velhinha sem rumo. Ela abandona seu casebre e vagueia pela Centro Histórico enquanto perde as forças. No entanto, creio que funcionaria melhor sem a narração poética, que só não é dispensável por ter seus bonitos momentos. Neste filme percebi o quanto conheço cada canto do Reviver.... : )

Filé com Fritas, de Murilo Santos: Este não me agradou nem um pouco. Estória meio boba de um casal que vai a um restaurante e lá tem um indivíduo que observa constantemente a mulher, o marido furioso mata o indivíduo lá mesmo e uma manchete nos jornais afirma : "Cego foi assassinado em restaurante". A piada funciona, mas o filme em si é marcado por atuações que não convencem, exceto a de Murilo Santos, que além de convencer muito, arranca risadas do público.

Bom Te Ver, de Francisco Colombo: Outro preferido. Só a idéia de documentar, em entrevista, um pouco da vida daquela personagem já é ótima. O curta trata-se de uma entrevista com uma figura maranhense, uma ousada e "pra frente" atriz dos palcos do Maranhão (Desculpe! Mas não lembro o nome dela. O filme nos dá uma oportunidade de saber). Ela é puro carisma!.....................................
Frase da personagem: "Sou filha de pais separados...sou filha da puta. Na minha certidão não tinha o nome do meu pai."


Hoje prefiro pensar que o cinema maranhense sofre mais com limitações do que com erros de quem o produz. Há bons artistas e boas visões dentro do Estado, mas a escassez deles é uma questão bem mais complexa do que imaginamos.
Quem estiver interessado em acompanhar o festival, logo abaixo, nos coments, tem a programação.

domingo, junho 10, 2007

Ser comunicador, ser parcial.

Há quase três anos estudo Comunicação Social e confesso que já me vi confuso várias vezes quanto a como devo me posicionar enquanto um profissional de comunicação; ser ou não ser imparcial, quando vemos meios de comunicação altamente tendenciosos e que passam longe de cumprir seus deveres com a sociedade. Não vou citar nomes, nem quero, logo porque a situação aqui no Maranhão é a mais clara e ridícula possível. Mas qual é a mídia local que toma uma postura ideal? Que postura deve ser a do jornalista em geral enquando fazer parte de um grupo político não é a alternativa mais profissional? Ser imparcial seria a solução, caso realmente isso fosse possível? Mas ser parcial não seria a essência do comunicador? Como agir trabalhando em uma mídia com editoriais tendenciosos? A alternativa então é não trabalhar nesses meios? Para aqueles que estudam Comunicação, esse é um texto que talvez possibilite identificações; e para aqueles que só lêem, assistem ou escutam as notícias, ele pode revelar algumas dúvidas que alguns profissionais da área possuem.

Há algumas poucas décadas atrás, uma das primeiras coisas que o estudante de comunicação aprendia é que ele devia ser imparcial. Pode parecer estranho, mas isso ainda acontece muito, sem nem precisar que os professores disseminem a tal idéia da imparcialidade, ela já se movimenta sozinha na cabeça do futuro comunicador, quase que inconscientemente (ao ponto de que o ato de escrever na primeira pessoa pareça ser um crime). Graças a Deus, essa realidade tem mudado, e expor a nossa própria opinião se tornou algo até "elegante" dentro dos meios de comunicação. Qual é o estudante que não sonha em ter a mesma credibilidade de Arnaldo Jabor? Quem é que de fato não gosta de expor suas opiniões?

Quando o universitário estuda para ser um comunicador ou comunicólogo, ele se prepara para fazer interpretações do mundo, as mais coerentes e vantajosas possíveis. Diante de tanta preparação, é mais do que natural que ele possa usar de seus conhecimentos e de sua capacidade interpretativa; mais natural ainda, é que ele use o seu espaço amplificado como forma de influir na sociedade. Porém, um dia entrou a idéia pseudo-moralista da imparcialidade, que diz que o jornalista não deve tomar postura alguma, ou seja, que trabalhe apenas como um "reprodutor de informações", o que talvez nem seja possível.

Para piorar essa situação de dúvida, vemos acontecer a confusão que existe entre comunicadores que expõem suas opiniões e os meios de comunicação que tomam posições políticas, ou por vantagem própria ou por serem de concessão de grupos políticos. A idéia da parcialidade ganha uma conotação mais negativa quando vemos grandes mídias tornarem-se ou nascerem de grupos de poder. Nesse ambiente, o jornalista se vê como instrumento desses meios de comunicação e a parcialidade passa a ser um risco. Em tais circunstâncias, ser neutro seria até um boa solução, e talvez por isso o ideal de neutralidade ideológica tenha sido cultivado e defendido por muitos anos. Já outra questão que vem a martelar a consciência do jornalista ou do radialista seria: como ser parcial sem manipular o leitor, telespectador ou ouvinte?

Na coleção de questões em relação ao "ser comunicador" e em meio a esse confuso contexto, aos poucos fui tirando minhas conclusões e percebendo o quão delicada é essa profissão. Entendo, agora, que o comunicador deve sim expressar suas opiniões e idéias, mas tomando o devido cuidado para não impô-las ao seu público, tornando o seu espaço de fala e o de suas idéias mais como uma oportunidade de reflexão e questionamento, algo que o cinema já faz com propriedade (na forma de documentário). Quanto aos meio de comunicação, esses sim, devem ser imparciais, devem tomar a postura mais neutra possível, deixando o encargo de aliação ideológica para o jornalista, tornando-o mais livre para se expressar.

Esse ideal de comunicação foi alcançado com mais proximidade pela Imprensa Alternativa, bastante intensa na época da ditadura militar. Consistia em veículos criados por entidades independentes, de alcance a pequenos públicos e ideologias distintas daquelas das grandes mídias. Jornais como "O Sol" e "O Pasquim" se posicionavam da forma que considero hoje a ideal. Penso que talvez a única solução seja trabalhar na Imprensa Alternativa. A sorte é que ela ainda existe.

Visitando um site sobre o assunto, encontrei um texto interessante, escrito por Gustavo Barreto, editor de uma revista dessa linha. O texto define um pouco essa Imprensa Altenativa e ainda lança uma visão um pouco diferente da que mostrei aqui. Para os que chegaram até aqui, será interessante ler o que há no site: http://www.consciencia.net/2004/mes/06/barreto-alternativa.html

quarta-feira, junho 06, 2007

Cotas para quem?

Faz um tempo que sou a favor do sistema de cotas para negros e estudantes de escolas públicas, mas o que aconteceu com os irmãos Alan e Alex na UNB foi demais. Como apenas um dos gêmeos idênticos pôde ser aprovado no sistema de cotas da universidade? E o pior é que os caras são realmente iguais, pelo menos a cor é inegável.

Isso só prova que os métodos de análise da UNB, baseado apenas em uma foto, é falho. E ser negro é bem mais do que ter a pele escura. Alguém mais pensa que eles devem rever esses critérios de avaliação?
Ou talvez a solução seja criar cotas para gêmeos...hehehe.

Grande ou pequeno?!

Parece que tenho que fazer posts menores, eles são mais bem recebidos. Realmente estão meio grandinhos pra linguagem da internet... Ainda não sei, vou tentar ser mais conciso em alguns, e em outros, vou ser mais detalhista como já vinha fazendo.