quarta-feira, agosto 27, 2008

Bebida e Direção

Nunca dei muita importência a stand-up comedy, até porque prefiro comédias que tem por base textos dramatúrgicos e não à pura improvisação. Porém, não consigo ficar indiferente as piadas de Rafinha Bastos e seu tom sarcástico afiado. Com mais um pouco de seriedade, ficaríamos até em dúvida se ele estaria contando uma piada ou não. E isso é o mais engraçado! Pena que o CQC, programa ao qual ele trabalha e que possui outros bons comediantes de improvisação - incluindo ainda a presença central e sempre criativa de Marcelo Tas, não esteja conseguindo explorar bem as suas potencialidades, que são muitas.





E aqui também um vídeo muito divertido, que encontrei no próprio blog do Marcelo Tas. Em uma cena de A Queda - As Últimas Horas de Hitler, descobrimos como seria se Hitler fosse o chefe da delegação brasileira e seus planos megalomaníacos fossem por água abaixo em Pequim.

Como vem, mesmo, no título dos e-mails que nos enviam com essas bobagens divertidas?

Assista! Vale a pena. É muito bom!!!

sábado, agosto 23, 2008

Contradições Políticas

Raramente falo de política por aqui, mas alguns fatos contraditórios me deixam simplesmente intrigado. O pior é que os que me levaram a escrever esse post são protagonizados justamente pelo nosso Supremo Tribunal Federal, que, no dia 20 deste mês, tomou a decisão louvável, por uma súmula vinculante um tanto atrasadinha, de proibir o nepotismo nos Três Poderes de toda a administração.

Um medida positiva, certamente. Mas como tem sido de praxe, após uma excelente decisão ou qualquer discussão de grande conveniência, o STF dá um passo atrás desconcertante. Na mesma quarta-feira da decisão, o Tribunal achou melhor considerar nepotismo apenas caso do motorista da prefeitura de Águas Nova (RN), Francisco Souza do Nascimento, irmão do vice-prefeito do município, Antônio Sezanildo do Nascimento; enquanto que a contratação de Elias Raimundo de Souza, parente do vereador Antonio Raimundo de Souza, de Água Nova, para o cargo de secretário municipal de Saúde foi desconsiderada como nepotismo, de acordo com a súmula editada pelo tribunal, pelo argumento de que a função de secretário é política, autorizando o político a liberdade de nomear quem quiser.

Incoerente? Com certeza. Se a nomeação de parentes para cargos político por outro político é algo permissível, então não vejo a razão dessa decisão. O nepotismo em qualquer grau e cargo trata-se de uma inconstitucionalidade e desrespeito, mas pouco me importa se um pequeno funcionário público está inserido num esquema de camaradagem quando, na verdade, o nepotismo em cargos políticos constitui um agrupamento, uma formação de "patotas" bem mais prejudiciais a ordem.

Tão incoerente quanto essa decisão foi a vista grossa do STF em relação à contraditoriedade do fato de os servidores públicos, ao se candidatares, terem de se desincompatibilizar com o serviço público, enquanto que os gestores atuais que buscam reeleição possuem o caminho livre para a candidatura paralela a gestão. E de paralela não há nada, quando sabemos que a gestão de um prefeito que tenta se reeleger contribui direta e indiretamente para a sua candidatura, a não ser que você acredite que obras são realmente paralisadas no período eleitoral. No dia da grande decisão, em que pensávamos que o Tribunal permitiria que os juízes eleitorais do Brasil negassem os registros de candidatura dos candidatos ficha suja, simplesmente nada é feito, a não ser a prolação de um discurso otimista ao extremo de que o simples debate já era um progresso à justiça eleitoral. É como se tivéssemos, por obrigação, sempre de andar bem devagazinho, porque o progresso demais pode derrubar a crista dos políticos e do Congresso, que parecem temer tanta consciência e conhecimento a respeito de seus podres. "Vamos dosar o progresso, a sensação de justiça e poder do povo, senão daqui a pouco teremos todos nós os telefones grampeados e as mãos algemadas pela injúria da população e pelo heroísmo hipócrita da Polícia Federal", assim imagino o raciocínio coletivo que conduz algumas decisões do Congresso.

Não falarei sobre algemas, pois fico muito aborrecido e nem gosto de repetir demais um mesmo discurso. Se algum advogado que passar por este blog souber explicar com argumentos plausíveis, essas contraditoriedades, a um jovem que se sente impotente diante destas situações, ficarei grato. No momento, tento ser otimista como o habitual, mas não consigo.

domingo, agosto 17, 2008

Sobre Esquinas, Biografias e Ansiedade

Sou um cara essencialmente ansioso, sempre fui. Minha primeira tomada de consciência a respeito dessa minha característica ocorreu quando possuia 7 anos e mal conseguia esperar um dia para assistir ao recém-lançado VHS de Parque dos Dinossauros - e sabe lá Deus o porquê de meu facínio por dinossauros e paleontologia durante minha infância. Mas também sempre tive uma tendência satisfatória a racionalizar as coisas e talvez tenha sido por ela que me certifiquei tão cedo de como gosto de passar em alta velocidade nos cruzamentos. Uma tendência que chega a ser contraditória ao meu desejo de olhar cada esquina cuidadosamente.

Sou muito sonhador. Penso alto, até demais, e isso me predispõe a ansiedade e a pressa. No entanto, algo bacana me ocorreu logo em minha adolescência: eu queria ter uma história! Sempre gostei de assistir a biografias, de olhar como a vida de cada pessoa evolui e se transforma; e se pudesse, extrairia sempre uma equação ou cálculo probabilístico que garantísse o sucesso e indicasse o fracasso na vida daquelas pessoas. Adorava, também, ver como existem passos, partes e pedaços em cada história. São degraus que as pessoas sobem, ou descem, e isso sempre me facinou. A vida, definitivamente, é feita em vários atos.

Adoro cinema, e como tal, adoro estórias. Toda boa estória é contada em atos, passos e degraus. Graças a esse meu facínio pela história que se cria e se desenvolve, pela vida que as outros viveram, percebi que queria a minha história: lenta, processual e vivida. Abidiquei da pressa e decidi acompanhar cada passo de minha vida como quem assiste a uma biografia, como quem descobre e destricha a própria vida. Se sonhava alto, queria que cada metro da subida ou declínio fosse bem aproveitado; se a avenida era longa, não podia perder os atrativos de nenhuma esquina, e não estou falando de prostitutas.

Chegou um tempo que se me perguntassem se eu gostaria de ganhar na Loteria, eu diria que não. Acharia isso um salto anti-climático desinteressante e nada processual. Preferiria lutar aos poucos pelos meus sonhos, encarando o risco de não conquitá-los e sentindo o prazer de estar conciente e monitorando minha própria história. Assim como nas boas biografias.

Acontece que, mesmo sentindo a necessidade de presenciar cada passo, aos poucos, fui sentindo que estes estavam muito lentos e a torcida para que um novo passo fosse dado aumentava disfarçadamente. O mundo pedia um novo passo meu. Sempre pede! Que se danasse a biografia, ela era tão sonho quanto os sonhos que eu tentava alcançar. E entre a biografia e os outros sonhos, prefiro os últimos, sejam tarde, sejam cedo, sejam anticlimáticos. Ter pressa voltou a ser a ser uma opção, mesmo que não adiantasse tê-la. De repente, já nem conseguia mais não jogar na loteria. Isso, porque nem jogo.

A saudável conformação de que minha vida tinha um ritmo próprio e que cada passo dado para frente ou para trás era um novo fato de minha ilusória biografia de sucesso pessoal se transformou na ansia intensa e uma pressão de realizar cada um dos meus objetivos, e os dos outros para mim também. Não sei se a certeza de que minha história se escrevia prognosticando uma biografia idêntica as de personalidades chegava a ser pior que a necessidade que sinto hoje de correr; pelo menos, na primeira opção, a calmaria reinava. Por mais que tentemos, mesmo através de objetivos particulares como o meu, a lentidão não faz parte de nossa vida. Não a de hoje. Só nos resta, então, prestar atenção nas esquinas as quais passamos rapidamente para ver o que tinha lá, e imaginar o que não deu pra ver, o que vivemos.

sábado, agosto 09, 2008

Dois Curtas

Resisto em postar vídeos porque, geralmente, a maioria não assiste mesmo. Mas em si tratando desses dois divertidos e bons curtas, não consegui resistir, e aqui estão eles. Acho que não preciso avisar, mas insisto: Deixem o vídeo carregar por inteiro antes!

Um curta que mostra como uma edição pode terminar o roteiro.




Selton Mello defendendo as suas teorias "tarantianas".