domingo, julho 05, 2009

Who's bad?

Quando eu fazia a segunda série do primário, lembro que a Globo exibiu uma espécie de documentário ou algo parecido sobre Michael Jackson, mas não me recordo qual era a abordagem, não havia assistido, apenas pude escutar comentários eufóricos na sala de aula. Não vivenciei a era MJ, o seu auge. Fora esse momento de minha infância e outros raros, apenas agora, após a morte do cantor, que pude constatar novamente o significado dele para uma grande parcela de pessoas que puderam acompanhar a sua carreira e vivenciaram o cenário musical dos anos 80, enquanto a sua influência e originalidade na música pop sempre me pareceram óbvias. De resto, as tantas outras referências que eu tinha do cantor se tratavam das notícias sobre as esquisitices e escândalos, assim retratados pela imprensa, como as acusações de pedofilia e as mudanças físicas.

As referências negativas foram tantas que, por maior que fosse o carisma de MJ, fiquei surpreso com o tamanho do impacto e a comoção de algumas pessoas. Esperava que houvesse mais críticas por conta da possível causa de sua morte, ou que uma visão negativa prevalecesse, mas parece que todo o caráter doentio insistentemente divulgado pela imprensa ou criticado por muitas pessoas se esvaziou, dando-me uma forte impressa de uma grande e horrível hipocrisia. Eu sei, não é nenhuma novidade.

Para mim, que pouco sabia sobre o cantor mesmo gostando de suas músicas, em todas as notícias e suposições negativas sobre o MJ, sempre pairava uma dúvida sobre quem era aquele artista ou aquela pessoa escondida por trás daquele rosto esticado, branco e inexpressivo; era uma imagem bizarra que, de alguma forma, criava uma desproporção no comportamento dele próprio, e eu não vi alguém ousar em tentar entender levemente alguns dos seus comportamentos. Ao contrário de hoje, que é muito conveniente que se esclareçam todos eles. Confesso que aquela imagem de MJ mostrando seu filho na sacada nunca me chocou de fato e que nunca consegui entender o processo de causa e efeito entre a gravidade daquela atitude e o espanto da imprensa. Mas claro, não era uma pessoa segurando um bebê em uma sacada, era um ET, e pior, um ET que já havia sido acusado de pedofilia. E na mente miúda de muitos formadores de opinião, a imagem de MJ era inquestionável, não importando seu passado e nada mais.

E eu me questiono. Por que a mídia, muitas vezes, se mostra incapaz de tentar compreender razões invés de denegrir pelo fato em si? É, de fato, necessário que o indivíduo morra ou que a canalhice do seu pai seja novamente constatada para se entender o quão perturbado pela sua própria história essa pessoa era? Não sou nenhum ingênuo, o fracasso de uma estrela também é tão vendável quanto o sucesso e a sua morte, mas hipocrisia e oportunismo são sempre algo a se questionar.

Não ignorando os escândalos de outrora e nem apenas usando o termo "problemas familiares" para justificar mecânica e artificialmente as várias atitudes de MJ, como a maior parte da mídia tem feito no desespero de homenagear e "honrar" a imagem do artista - porque assim é que se se deve vender quando a estrela morre -, esse curto e ótimo podcast da CBN, de forma cômica, reflete sobre a pergunta aberta pelo próprio cantor. Para ouvir clique aqui!

Bom! Parece que biografias de verdade são feitas apenas depois que o personagem já morreu. Talvez, por isso, o cantor Roberto Carlos proibiu a sua de ser lançada recentemente!

4 comentários:

Dani M. disse...

Olha Caio, também não acompanhie muito a carreira do Michael, mas assim como tu também lembro muito nitidamente de todos os escândalos e das esquisitices do falecido.
Confesso que quando soube qeu ele morreu não acreditei muito não. Fiz patrick ligar o computador e me mostrar a notícia em algum site.
Deu uma sensação esquisita, mas não fiquei comovida como o prórpio patrick por exemplo. Que no dia do especial do Globo Repórter nem piscava diante das imagens.
A morte dele me fez pensar o quando ele foi uam pessoa triste, sofrida, doente até. E essa história ainda vai rolar por muito tempo. Muitos cds serão vendidos, muitas coisas ainda vão ser expostas.
Só desejo que ele descace em paz, mesmo, mesmo.
beijinhos caiuuuuu!!!

Anônimo disse...

Acho que vou concordar com vocês em relação ao não acompanhamento da carreira de MJ, só pra me sentir mais novo.

Mas eu tenho que admitir: acompanhei sim, desde os anos 80, um pouco da carreira dele. Até porque meu irmão mais velho fazia coleção dos discos do artista.

O Michal dos escândalos é uma figura recente, que se não me engano, surgiu alguns anos depois da vinda dele ao Brasil.

Um artista como ele, Rei do Pop, não tinha como desvincular o espetacularismo do seu trabalho.

Muitos criticaram o funeral espetáculo dele, mas eu me questiono se poderia ser diferente.

Eu confesso que fiquei impressionado. Não se tem muitos artistas como Michael e sua morte geraria com certeza toda esse acontecimento. Fico imaginando o que acontecerá com Roberto Carlos, e a cobertura do seu funeral no Brasil.

Agora foi muito louca a minha sensação de não fazer parte do momento, do timming do acontecimento pela mídia porque na internet não consegui acompanhar nada pela lentidão que estava e eu estava no trabalho.

No tuíter todo mundo comentando os momentos do espetáculo e eu me sentindo do lado de fora de um show. Foi frustrante.

É isso, foi-se o corpo do artista, revela-se sua eternidade por sua obra.

Até que enfim, tirou as teias de aranha desse blog, eu hein!

Anônimo disse...

Acho que vou concordar com vocês em relação ao não acompanhamento da carreira de MJ, só pra me sentir mais novo.

Mas eu tenho que admitir: acompanhei sim, desde os anos 80, um pouco da carreira dele. Até porque meu irmão mais velho fazia coleção dos discos do artista.

O Michal dos escândalos é uma figura recente, que se não me engano, surgiu alguns anos depois da vinda dele ao Brasil.

Um artista como ele, Rei do Pop, não tinha como desvincular o espetacularismo do seu trabalho.

Muitos criticaram o funeral espetáculo dele, mas eu me questiono se poderia ser diferente.

Eu confesso que fiquei impressionado. Não se tem muitos artistas como Michael e sua morte geraria com certeza toda esse acontecimento. Fico imaginando o que acontecerá com Roberto Carlos, e a cobertura do seu funeral no Brasil.

Agora foi muito louca a minha sensação de não fazer parte do momento, do timming do acontecimento pela mídia porque na internet não consegui acompanhar nada pela lentidão que estava e eu estava no trabalho.

No tuíter todo mundo comentando os momentos do espetáculo e eu me sentindo do lado de fora de um show. Foi frustrante.

É isso, foi-se o corpo do artista, revela-se sua eternidade por sua obra.

Até que enfim, tirou as teias de aranha desse blog, eu hein!

CORUJA PAIDÉIA disse...

Olá Caio.O blog é realmente uma ótima ferramenta para expormos nossas idéias. Quanto ao MJ, creio que tanto a mídia quanto ele próprio se perdeu durante sua carreira. Pois para mim ele tinha virado uma figura pra lá de excêntrica. Mas não tira os méritos do grande artísta que era. Penso que poderia ser melhor acessorado, para evitar essa "exposição" negativa por parte da imprensa.
Abraços
Ah! parabéns pelo Blog.