terça-feira, setembro 14, 2010

Conheci São Paulo Dias Antes de Chegar Lá

Há quase duas semanas pude visitar pela primeira vez a cidade de São Paulo. Foi uma oportunidade única, pois na mesma viagem eu pude desfrutar de dois importantes eventos culturais da metrópole, a Bienal Internacional do Livro e o Festival de Curta metragem de São Paulo. E, de quebra, conhecer a cidade. Ao ter certeza que a viagem aconteceria, meu espírito explorador tomou as rédeas. Pouco conhecia sobre São Paulo, estávamos eu e mais duas primas queridas, e nenhum de nós havia ido lá antes. Sem guia, decidi fazer o meu próprio guia de viagem e foi nesse instante que a viagem começou. Participar dos eventos e conhecer essa cidade incrível em apenas cinco dias era meu objetivo, então diminuir trajetos e perdas de tempo era fundamental. Isso só se tornou possível graças a algumas ferramentas.

Devo dizer que a maioria das pessoas tem uma imagem de São Paulo da qual não concordo, cheguei até a ouvir que "SP não tem nada para se fazer, a cidade não tem praia". No entanto, o simples fato de poder conhecer outra cidade, culturalmente rica, e também participar de dois eventos de interesse pessoal era o suficiente pra me deixar ansioso. Dominado pela curiosidade e por uma breve noção a respeito da noite paulistana e de alguns outros pontos turístico como o Parque Ibirapuera e a Vila Madalena, iniciei minha jornada virtual em busca do que seria interessante descobrir por lá.

Conhecer um pouco a cidade com antecedência foi até uma forma de me sentir seguro em um local estranho, e também de estar antenado, de estar consciente do que rolaria na cidade. A princípio, busquei sites de turismo de São Paulo, voltados a apresentar a cidade e os seus points culturais. Cada lugar me levava a uma rua, que me levava a um bairro, do qual eu teria que chegar por alguma avenida, que eu poderia ter acesso por alguma linha de metrô, e assim por diante. O mais importante, então, era saber de onde eu sempre partiria, o meu local de hospedagem. E minha mania de planejamento me levou até a buscar o melhor trajeto do aeroporto até o hotel.

Após os sites de turismo, fui em busca de compreender geograficamente a cidade, e passei a acessar o Google Maps, que destrinchava bairros, avenidas, ruas e lugares. Passei a ter um certo conhecimento "virtual" da cidade e a descobrir onde se localizava certos pontos. Confesso que achei isso muito divertido, me parece uma forma de não ter apenas uma noção superficial da cidade em uma "visitada" pouco informativa. Na verdade, bom mesmo é explorar e conhecer a fundo, tentar sair da visão turística, mesmo que isso seja quase impossível. E o Google Maps funciona perfeitamente para isso, pois, apesar de apresentar a cidade (o mundo) de forma mapeada, define trajetos pelas ruas da cidade, apresentando tempo e distância, e abre links para sites de determinados lugares identificados nos mapas, como shoppings, restaurantes, bares, casas noturnas, museus, estações de metrô e trem, hóteis, etc.



Se o Google Maps situa o usuário através de uma estrutura hipermidiática, o Google Earth impressiona pelas já habituais imagens de satélite, mas com as mesmas disponibilidades de links que no Maps. Funções como a definição de trajetos virtuais pela cidade também são disponíveis.



O diferencial está mesmo é na possibilidade do usuário de postar imagens reais de locais por onde passou, aproximando cada vez mais o software da Google a um passeio virtual pelo mundo. Enquanto o Maps me localizava geograficamente, o Earth me apresentava a cidade virtualmente. Funções como a flexibilidade do ângulo de visão do usuário (90º até quase 0º do chão) e as construções 3D de prédios e relevos dão o toque mais realista e são parte de uma evolução constante do software, que a Google já divulgou que, futuramente, será um passeio virtual pelo mundo com imagens reais e em 3D. A seguir, imagens de construções em 3D, uma do MASP, na av. Paulista; e a outra, da ponte Estaiada.



Ao chegarmos a Sampa, não deu outra. Mais reconheci do que conheci, e, de quebra, instrui o motorista do taxi que não sabia bem onde estava o hotel. O resultado foi uma viagem intensa, cansativa e proveitosa, sem perdas de tempo, sem muitos pedidos de informação, e poucos gastos com transporte. Participei razoavelmente dos eventos e pude ainda conhecer bem a cidade. Ah, eu com um GPS!

Um comentário:

Euzer Lopes disse...

Pois é...
São Paulo é como hepatite. A partir do dia que a pessoa pega, ficará para sempre marcada.
São Paulo é assim: se conhece, nunca mais esquece.
É uma cidade, sim, muito brava. Ela cobra de quem vem aqui. E cobra caro.
Ao mesmo tempo afaga, ampara, acolhe.
É a típica mãezona!
Ah, quanto à praia, simples, é só descer a Serra! Porque São Paulo não tinha espaço para crescer. E a praia fica logo ali. Uma hora de distância.