
Baseada no livro de Candace Bushnell e de mesmo nome, a série foi produzida entre 1998 e 2004 pela HBO e exibida no próprio canal (no Brasil, a série foi exibida pelos canais Multishow e Fox Life). A estória se passava em Nova Iorque e contava o dia-a-dia de quatro amigas através do olhar da simpática Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), focando nas relações íntimas e nos problemas tipicamente femininos das quatro quase-coroas (uma já é!), com cada episódio tematicamente organizado segundo as matérias escritas por Carrie na sua coluna do jornal The

É difícil encontrar o culpado pelos equívocos ideológico de um filme baseado em uma série de TV que é baseada em um livro, sem ter assistido ao segundo e lido o último; não seria justo, pois não sei que tipo de modificações foram feitas na adaptação de um livro para uma série. Mas como o produtor/direto/escritor da série assume as mesmas funções no filme e possuíndo este a capacidade de melhorar a obra, posso atribuir-lhe culpa parcial pelos erros e acertos de seu primeiro longa-metragem. Trantando o universo feminino como se este fosse resumido apenas a grifes, amor (diga-se "caça ao príncipe encantado") e mimos, Michael Patrick King desenvolve o filme aos moldes de uma comédia-romântica. Sex and the City, enquanto tal gênero, até diferencia-se por fugir dos clichês e estar mais centrado nas aventuras sexuais e românticas dessas mulheres, deixando o par romântico condutor da estória de lado e evitando o clímax típico que envolve o moço correndo atrás da moça, antes que esta fuja de vez da sua vida (ou de Estado, como elas costumam fazer).
No entanto, o filme passa maior parte de seu tempo preocupado em nos mostrar o cotidiano consumista das personagens, que estão sempre preocupadas com suas roupas, jóias e homens. Como se estes fossem as maiores motivações de suas vidas, nem sequer somos bem apresentados às profissões de cada uma, tornando-as, a princípio, em figuras bobas e superficiais.

Até este ponto, está tudo bem, existem muitos filmes que pregam ideologias e modos de vida um tanto acefálicos. Mas o que há de mais ofensiva e nociva é a pretensa imagem do filme como se este fosse um produto que tratasse transparente e prioritariamente da vida feminina: seus problemas e conflitos; enquanto, na verdade, o faz em apenas alguns momentos pontuais do longa. Essa pseudo imagem atrelada aos valores deturpados que o filme prega, como consumismo exacerbado, um romantismo cego e a idéia errônea de sucesso, são capazes de confundir o telespectador menos desinformado. Admiro-me que, mesmo no atual contexto, em que as mulheres buscam sua liberdade e respeito, uma série com esse conteúdo (caso seja igual ao filme), que limita tanto as mulheres a escravas da necessidade de um homem e a pessoas inúteis que em nada se interessam pela realidade - a não ser, por modas e grifes - tenha feito tamanho sucesso.
A verdade é que, por trás da suposta mulher moderna de Sex and the City (refiro-me apenas ao filme), que fala livremente sobre sexo e aparenta ser mais independente do que nunca, há mulheres mimadas e


Com poucos momentos dedicados a Charlotte York durante o filme, Kristin Daves pouco pode fazer, e sua personagem, que a princípio parecia-nos expontânea e simpática, aos poucos soa irritante e artificial, protagonizando alguns dos momentos mais constrangedores do filme - em algumas cenas, a atuação de Daves pouco condiz com o clima da situação proposta. Já Sarah Jessica Parker, parece a vontade com sua personagem, sabendo lidar muito bem com as cenas cômicas; enquanto isso, Kim Cattrall toma, com sua personagem Samantha Jones, o posto abandonado por Kristian Daves; e Cythia Nixon faz de Miranda Hobbes a personagem mais complexa do grupo, pois, aparentando, a princípio, ser a mais séria e racional, aos poucos presenciamos as atitudes mais imaturas e impulsivas da personagem, o que não deixa de ser uma curiosa contradição. Quanto ao elenco secundário, o ator David Eigenberg faz um ótimo trabalho com seu carismático Steve Brady, enquanto Evan Handler, interpretando Harry, é insistentemente ignorado pela câmera, como se esta estivesse evitando revelar a limitada beleza do ator, chegando a constranger com alguns cortes de fuga.
Mesmo que adiando excessivamente o reencontro entre o casal principal da trama e prolongando a estória, o filme possui um desfecho até interessante para alguns personagens, assumindo pelo menos por esses instantes aquilo a que se propõe sempre e quase nunca cumpre, ou seja, trabalhar o universo feminino. Lembro que pude ouvir um coro feminino suspirando um "ownnnnnnnnnn!" tipicamente americano, quando um personagem presenteia inesperadamente sua amada Carrie com a cobertura de um apartamento em Manhattan, logo no início do filme, revelando o envolvimento e a identificação do público com as personagens. Tenho certeza que a maioria das mulheres achará tudo isso muito lindo e aplaudirá o filme achando que este é sincero ao universo da mulher, não percebendo que, por trás da suposta mulher moderna de Sex and the City, há um estilo de vida, que se seguido por qualquer uma, nada mais serão do que mulheres com quadros de histeria, constantes frustrações, carência excessiva e comportamentos imaturos (tudo em grande estilo e elegância); e claro, não posso negar, um belo e cheio closet.
8 comentários:
Ótima matéria sobre o filme "Sex and the City"... eu - com certeza - irei assistir ao filme.
Já li algumas análises referente ao filme - tema desta postagem -, que me despertaram o interesse e a curiosidade de assistir à essa 'bela' produção.
Muito bom o teu blog!
abçs
Lucas de Oliveira
Bem legal esse texto,eu não vi o filme e não assitia a série,mas sempre ouvi falar que se tratava de uma série para mulheres então nunca tive interesse.
>> www.topzet.com
(cinema,séries,música,livros...)
Nossa, estou bem desligada...
nunca ouvi falar dessa série, mas parece ser legal.
adorei o blog.
bj
;*
sinceramente não gosto dessa série não, conseqüentemente não tenho muita curiosidade pelo filme, mas seu texto é muito bom!
:D
http://prixhoje.blogspot.com/
bejux
Pelo fato de vc nao ter visto a série,o fez axar que o filme é ruim,mas eu discordo o filme é muito bom,engraçado,e conseguiu fixar a essencia da serie,que era amizade entre elas.
Eu nao gostei =/! nada se parece com a série...
Abraços
Cisco
http://borarir.blogspot.com/
Se for fazer uma analogia à vida, posso dizer que todo esse planejamento que envolve a cerimônia do casamento fica um pouco superficial se for seguir regras rígidas de cerimoniais.
Casamento é apenas um acontecimento.
Sim, tem toda a magia da festa, da cerimônia, de todo aquele ritual único (pelo menos é o que espera quando se diz "SIM"). Mas não pode ser tratado com tanta rigidez. São seres humanos, não bonecos de corda ou movidos à pilha, com atos pré-definidos.
Isso assusta.
Por mais safado que tenha sido Mr. Big, ele apenas teve medo de ser um boneco de corda. Apenas quando foi "humano" é que ele mostrou a força do amor.
E para o amor, o "SIM" pode ser dito apenas com o olhar.
é, realmente o mais legal do post é O post!! sou fã incodicional da serie, acho q vi quase todos os episódios, através de locação dos dvd´s e não concordo com muitassssss coisas. tudo bem, q a maioria dos homens acha q filmes assim são "para mulheres" e os critica muito justamente por isso, mas falar que o filme exagera no consumismo isso é perfeitamente aceitável já que é uma ficção e produzida pra venda mesmo!normalmente é assim,não acha?!
engraçado,inteligente, romântico, divertido, isso no mínimo!!! rsrsrs
abraço.
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